Mês de outubro
A Cigarra e a Formiga
Fábula - La Fontaine
Mês de novembro
Corre corre Cabacinha
Era uma vez uma velhinha que vivia sozinha na sua aldeia. Um dia, recebeu
um convite da filha, que morava longe, para ir ao batizado da sua neta.
Ficou
tão feliz que decidiu:
- Sairei amanhã de manhã e irei pela floresta para chegar mais depressa!
Aflita e sem saber o que fazer, só se lembrou de dizer:
- Mas tu não vês
que estou muito magrinha? Sabes, vou para obatizado da minha neta. Prometo que
vou comer muito para ficar mais gordinha. Depois, sim, podes comer-me! O lobo
ainda hesitou mas ao olhar para as pernas da velhinha achou que ela tinha razão.
Ela pôs-se novamente a caminho e
exclamou muito satisfeita:
- Deste já me escapei!
Rapidamente se esqueceu do lobo
e voltou a apreciar a floresta que a rodeava. Adorava observar as árvores mais
altas e ouvir ospassarinhos.
Mais à frente, cruzou-se com um
urso que se aproximou dela e disse:
- Apesar de estares velhinha, deves ser
deliciosa. Anda cá, que eu estou doido para comer qualquer coisinha!
Mais uma vez a velhinha ficou
cheia de medo. Como é que iria conseguir escapar? No entanto repetiu o que tinha
dito ao lobo:
- Já reparaste bem em mim? Eu só
tenho pele e osso… Mas se me
deixares continuar o meu caminho,
prometo que daqui a uns dias,voltarei e estarei bem mais gordinha.
O urso desconfiou:
- Que rica
mentira para poderes fugir! Mas ela explicou-lhe:
- Estou com pressa para ir ao
batizado da minha neta mas quando regressar hás-de ver que tenho uns quilinhos a
mais. Nessa altura poderás comer-me.
O urso lá se convenceu e deixou-a ir embora.
Ao chegar a casa da filha, a
velhinha contou-lhe o que tinha acontecido mas esta sossegou-a dizendo:
- Não se
preocupe, mãe. Hei-de arranjar uma solução.
A velhinha ficou mais descansada
pois sabia que a sua filha tinha uma grande imaginação e que, certamente, se
iria lembrar de algo para a ajudar
Uns dias
mais tarde, quando a velhinha se preparava para regressara casa, a filha
apareceu com uma cabaça e pediu à mãe que se pusesse lá dentro:
- Assim vai a
rebolar todo o caminho e já não corre perigo!
A velhinha tinha já percorrido
uma boa parte da viagem quando, a certa altura, o urso apareceu e perguntou:
- Ó
cabacinha, por acaso não viste aí uma velhinha?
Lá dentro ela respondeu:
- Não vi
velha nem velhinha, não vi velha nem velhão! Corre, corre,cabacinha, corre,
corre, cabação!
E continuou a rebolar pela
estrada fora, até que apareceu o lobo que lhe perguntou:
- Ó cabacinha, por acaso
não viste aí uma velhinha?
Mais uma vez a velhinha respondeu:
- Não vi velha nem
velhinha, não vi velha nem velhão! Corre, corre,cabacinha, corre, corre,
cabação!
Sem grandes dificuldades a
velhinha avistou a sua casa e, graças àquela cabaça chegou sã e salva.
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